A célula vegetal é o laboratório químico mais complexo que existe. Milhões de anos de evolução criaram estruturas capazes de captar energia inesgotável e abundante do sol, algumas moléculas simples de baixa energia, e juntá-las em complexos ligados por ligações químicas de alta energia, liberando-a no momento adequado mediante reações químicas de quebra destas moléculas. Isso, por si só, já é uma façanha quase inacreditável. Contudo, as plantas vão além, muito além... Essa é a fundamentação ecológica da ação das plantas que são consideradas tóxicas, se o competidor ou predador for o ser humano (mesmo que de forma incidental). O conhecimento do mecanismo por meio do qual essa toxidez é exercida, adquirido ao longo dos séculos, foi fundamental para fazer uso de algumas dessas plantas e compostos, até mesmo como alimento.

A palavra “tóxico” deriva do latim toxicus (que significava venenoso) que, por sua vez, deriva do antigo termo grego toxikon, que designava os venenos nos quais as flechas eram mergulhadas. A antiga história da toxicologia focava-se no conhecimento e uso dos diferentes venenos e, por isso, atualmente algumas pessoas ainda associam os venenos a poções mortais que quando ingeridas causam danos quase imediatos ou a morte.

No presente curso conheceremos as espécies mais comuns e importantes de plantas tóxicas no País e no mundo. Iniciaremos com o contexto histórico, e avaliando pontos gerais de ciências relacionadas e temas transversais, como espécies tóxicas na gravidez e para animais domésticos. Os conteúdos aqui avaliados possuem interligação com outros cursos aqui disponibilizados, como plantas medicinais e plantas alimentícias não convencionais.